terça-feira, 23 de agosto de 2016

AS DUAS GRANDES GUERRAS DO SÉCULO XX - 2° ANO

Colégio Estadual Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     2º Ano – Ensino Médio  
Disciplina: Geografia - 2016

AS DUAS GRANDES GUERRAS DO SÉCULO XX

  • A Grande Guerra de 1914-1918
As causas do início da Primeira Guerra estão relacionadas às disputas imperialistas do final do século XIX. Nas três últimas décadas deste século, as potências industriais (Grã-Bretanha, França, Holanda, Bélgica e Estados Unidos) dominaram o mundo. A Itália, a Alemanha e o Japão só iniciaram seu processo de industrialização na segunda metade do século XX e acabaram participando tardiamente da partilha imperialista. A participação desses países no processo de expansão neocolonial acirrou as disputas entre as potências.
O aprofundamento das rivalidades levou à formação de alianças militares que dividiram os países europeus em dois blocos. Em 1882, Itália, Alemanha e Áustria-Hungria formaram a Tríplice aliança e, em 1907, Grá-Bretanha, França e Rússia estabeleceram a Tríplice Entende.
Em junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono Austro-Húngaro, foi assassinado em Sarajevo, capital da Bósnia, por um estudante pertencente à sociedade Mão Negra. Esse grupo era formado por nacionalistas sérvios que se opunham à presença austro-húngara nos Balcãs. O assassinato foi interpretado pelo Império Austro-Húngaro como uma agressão sérvia, tornando-se o estopim da Primeira Guerra Mundial.
A Primeira Guerra Mundial ficou conhecida como a Grande Guerra. Isto devido a sua durabilidade, seus efeitos devastadores e o envolvimento de diversas nações. Centralizado na Europa, o conflito alastrou-se por outros continentes, envolvendo as áreas coloniais. O número de nações envolvidas e a amplitude dos interesses em disputa justificam as lutas contínuas durante esse período.
A Primeira Guerra Mundial foi marcada por grande mecanização, tendo o conflito se desenrolado em terra, no mar e no ar. Aviões militares, caminhões para o abastecimento de soldados no campo e armamentos mais potentes e precisos causaram um massacre incessante e contínuo.

  • O Tratado de Versalhes
A guerra causou profundas transformações no espaço geográfico mundial no início do século XX. Os países europeus tiveram suas plantações arrasadas e houve forte retração da produção industrial, que os levou a depender basicamente dos Estados Unidos para se abastecer e se organizar economicamente.
A Alemanha, rendida no final do conflito, teve que aceitar os termos da Paz de Versalhes: o pagamento das indenizações de guerra, a renúncia a todas as suas colônias, a perda da sétima parte de seu território para outros países da Europa e a limitação das suas forças armadas.

  • A Revolução socialista
Em 1917, ainda durante a Primeira Guerra, ocorreu na Rússia a Revolução Socialista. O movimento implantou uma concepção econômica com repercussões radicais na forma de organização do espaço geográfico: houve modificação no regime de propriedade, nas formas de produção e comercialização de mercadorias e novas relações de poder foram definidas.

  • O Socialismo e o Comunismo
Embora muitas vezes usados como sinônimos, há distinção entre socialismo e comunismo. O socialismo consistiria numa fase de transição entre a sociedade capitalista e a comunista. Nessa etapa, todos os princípios da sociedade capitalista deveriam ser abolidos, e o Estado seria controlado pelo proletariado. A existência do Estado seria justificada pela necessidade de destruir as marcas deixadas pelo capitalismo e defender os trabalhadores daqueles que tivessem interesse na volta do sistema capitalista. O comunismo seria a fase final e ideal, em que o ser humano realizaria suas potencialidades nos planos individual e social. Na sociedade comunista, o Estado deixaria de existir. Marx afirmava que o Estado e suas instituições eram um instrumento de dominação de uma classe social sobre as outras, que não teria lugar no sistema comunista.

  • Capitalismo e o Socialismo implantado na URSS
No capitalismo a propriedade é privada; a sociedade é dividida em classes e prevalece a economia de mercado.
No socialismo a propriedade é estatal; a sociedade soviética é estruturada com uma camada privilegiada formada por burocratas e militares de um lado, e do outro o restante da população trabalhadora. A economia é planificada.

  • O socialismo real e o socialismo científico de Marx e Engels
O socialismo real significou o estabelecimento de um Estado forte, que controlou as atividades econômicas e desenvolveu instrumentos de controle ideológico e político da sociedade, além de ter dado ensejo ao surgimento de uma burocracia estatal da qual se originou uma nova classe dominante. O socialismo científico de Marx e Engels, num primeiro momento, pregava o estabelecimento da ditadura do proletariado como fase de transição para uma sociedade sem classes e o posterior desaparecimento do Estado.

  • A crise de 1929
As principais causas foram: o capital investido na produção não foi acompanhado pelo crescimento do mercado consumidor, gerando uma superprodução e um processo de falência generalizada, o qual, por sua vez, resultou em desemprego em massa, reduzindo ainda mais o poder de compra da população. O valor das ações na Bolsa de Nova York despencou, afetando não somente a economia dos Estados Unidos com a de todo o planeta.

  • O New Deal (Novo acordo)
Foi um programa de recuperação econômica, implantado por Roosevelt, Presidente dos Estados Unidos. Foi baseado no princípio keynesiano de que o Estado não deveria se limitar a regular as questões de ordem socioeconômica e política, mas ser também um planejador, dando diretrizes, fixando metas e estimulando setores da economia, de acordo com as necessidades. O resultado foi a participação mais efetiva do Estado no planejamento das atividades econômicas para, entre outros objetivo, aumentar a capacidade de consumo da população. Além disso, as condições financeiras dos trabalhadores foram melhoradas e seu poder de consumo foi aumentado. Assim, fazia-se frente à ameaça de expansão do socialismo.

  • A Segunda Guerra Mundial
Em1933, na Alemanha, Adolf Hitler conquistou o cargo de chanceler. Em pouco tempo, suprimiu os partidos de esquerda e os sindicatos, instaurou um a férrea censura aos meios de comunicação e rompeu com as cláusulas impostas pelo Tratado de Versalhes.
De acordo com a concepção geopolítica de Hitler, a Alemanha necessitava de espaço vital para a promoção de seu desenvolvimento econômico. Este espaço vital significava que o progresso dependeria da disponibilidade de recursos naturais, o que justificaria a anexação de territórios para garantir o desenvolvimento socioeconômico e a qualidade de vida do povo alemão. Serviu para explicar a importância da expansão alemã durante o Terceiro Reich, justificar a recuperação dos territórios habitados por população de origem germânica e ocupados por outros países por determinação do Tratado de Versalhes e expandir o domínio alemão sobre outros países europeus.
O fato que marcou o início da Segunda Guerra Mundial foi à invasão da Polônia, pela Alemanha, com o objetivo de retomar o corredor polonês e unir o país à Prússia Oriental.
O conflito envolveu dois grandes grupos: de um lado os países do Eixo, formado pela Alemanha, Itália e Japão. Do outro lado o grupo dos países Aliados, formado pela Inglaterra, França e posteriormente pelos Estados Unidos e União Soviética.
Os grandes vitoriosos da Segunda Guerra Mundial foram os EUA e a URSS. Os Estados Unidos, além de não terem sofrido nenhum aranhão em seu território (à exceção de Pearl Harbor, no Havaí), foram favorecidos pela situação de ruína dos países europeus, que passaram a depender da ajuda norte-americana para reestruturar sua economia e iniciar sua reconstrução. A União Soviética, embora tenha sofrido grande destruição e perdido mais vidas entre todos os países envolvidos na guerra, expandiu enormemente sua área de influência na Europa, passando a constituir-se como força militar com capacidade de se contrapor aos Estados Unidos.


Fontes Bibliográficas
LUCCI, Elian Alabi, SENE, BRANCO, Anselmo Lázaro, MENDONÇA, Claudio. Território e Sociedade no mundo globalizado: Geografia, Ensino Médio, volume 3: 1.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

MOREIRA, João Carlos, SENE, Eustáquio de – Geografia : volume único – São Paulo: Scipione, 2005.

MAPAS, ESCALAS E PROJEÇÕES - 1° ANO

Colégio Estadual Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     1º Ano – Ensino Médio
Disciplina: Geografia  -  2016

Mapas, Escalas e Projeções

·        Mapa, carta e planta – em inglês: tanto mapa quanto a carta, se relacionam com a parte sólida do terreno, mas o mapa encarrega-se da parte descoberta, e a carta com a porção submersa. Mapa é o termo mais geral, enquanto carta é destinada unicamente à representação náutica ou marítima, e fluvial. Em português, mapa e carta, praticamente, tem tudo em comum. Por causa do surgimento da aeronáutica, temos também a carta aeronáutica. No Brasil, mapa é um documento mais simples, enquanto a carta é mais detalhada e complexa. No caso da Planta, a principal característica é a exigüidade das dimensões. Outra característica é a ausência de referência à curvatura da Terra. Na carta a escala tende a ser muito grande e, em conseqüência, aumenta o número de detalhes. (Ex: planta de um jardim, planta de uma casa, planta urbana)

·        Classificação dos mapas
Topográfico – Representa o espaço geográfico o mais próximo possível da realidade, dentro das limitações da escala. Utilizam levantamento sistemáticos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística), órgão do Governo Federal e o IGC (Instituto Geográfico e Cartográfico), órgão do Governo de São Paulo. Os mapas topográficos servem de base para os temáticos.
Temáticos – contém informações selecionadas sobre determinado fenômeno ou tema do espaço geográfico: aspectos naturais (geologia, relevo, vegetação, clima etc.) ou sociais (população, agricultura, indústrias, urbanização etc.) Nesses mapas a precisão planimétrica ou altimétrica tem menor importância; a representação quantitativa e qualitativa dos temas selecionados é mais relevante.

  • Importância da Cartografia Temática
Facilita a intervenção planejada porque os auxilia a compreender os temas que compõem o espaço geográfico. Esta intervenção num aspecto da realidade interfere em outro.
Carta topográfica – as variáveis da superfície da Terra são representadas com detalhes e localização precisa, o que torna possível identificar a posição planimétrica – fenômenos geográficos representados no plano, na horizontal: cidades, campos agrícolas etc. – e a altimétrica – representação vertical, altitude relevo – de qualquer elemento do espaço geográfico.
Escala – é uma correspondência entre as dimensões do terreno e as do papel que expressa quanto os elementos do espaço geográfico foram reduzidos para caberem numa folha de papel ou numa tela de computador. A escala é considerada pequena quando se reduzem muito os elementos e grande quando os elementos não são muito reduzidos.  As representações em escalas pequenas mostram áreas muito extensas, com poucos detalhes e são chamadas de mapas; as representações em escala grande mostram áreas menores, com maior grau de detalhamento, e são chamadas de cartas. Representações em escalas muito grandes e com alto grau de detalhamento são chamadas de plantas.
Projeção cartográfica – é o resultado de um conjunto de operações que permite representar no plano, por meio de paralelos e meridianos, os fenômenos que dispostos na superfície de uma esfera. No entanto, nosso planeta não é uma esfera perfeita, mas uma figura geométrica denominada geóide (parecida com uma laranja). Este fato gera um problema insolúvel: qualquer que seja a projeção adotada, sempre haverá algum tipo de distorção, nas áreas, nas formas ou nas distâncias da superfície terrestre. Só não haverá distorção perceptível em escalas muito grandes, como é o caso das plantas, nas quais não é necessário considerar a curvatura da Terra.

·   Classificação das projeções
As projeções podem ser classificadas em conformes, equivalentes equidistantes ou afiláticas.

- Conformes :  é aquela na qual os ângulos, no mapa-múndi ou regional, são idênticos aos do globo. Nesse tipo de projeção, as formas terrestres (continentes e ilhas) são representadas sem distorção, porém com alteração de suas áreas. O exemplo mais conhecido desse tipo de projeção é a de Mercator, cartógrafo e matemático belga. Na navegação, essa projeção é a mais usada. Isto porque ela é bastante fiel nas distâncias, especialmente as marítimas, e na navegação as distâncias são mais importantes que o tamanho relativo das áreas.

- Equivalentes: é aquela na qual as áreas, no mapa-múndi ou regional, mantém-se proporcionalmente idênticas às da esfera terrestre, embora os ângulos possam estar deformados em comparação com a realidade. Nesse tipo de projeção, há proporcionalidade de áreas em todo o mapa, mas as formas da superfície terrestre são distorcidas. Um exemplo deste tipo de projeção é o mapa-múndi de Peters, elaborado pelo historiador alemão Arno Peters. Essa projeção é mais indicada quando se quer estudar as proporções relativas, como o tamanho dos continentes ou países, pois as dimensões das áreas não se alteram.

Projeção azimutal equidistante – é aquela na qual, nos mapas-múndi, a representação das distâncias entre as regiões é precisa. Essa projeção adota como centro um ponto qualquer do planeta para que seja possível medir a distância entre esse ponto e qualquer outro lugar. Esse tipos de projeção é utilizado especialmente para definir rotas aéreas ou marítimas.

Outras projeções – Atualmente, é comum a utilização de projeções com menores índices de distorção para o mapeamento do planeta, como a de Robinson, comumente usada nos atlas modernos. Ela é bastante usada para mostrar o mundo em atlas escolares, pois não distorce o planeta como as outras projeções.

·   Técnicas de projeção: Cilíndrica, cônica e polar
- Cilíndrica – Envolve-se a Terra num cilindro, como se existisse uma luz na Terra e essa iluminação se propagasse para o cilindro, que será desenrolado e colocado sobre uma superfície plana (o papel).

- Cônica – repete o processo da projeção cilíndrica, mas, em vez de um cilindro, existe um cone envolvendo o planeta.

- Polar ou plana (azimutais) – também repete o esquema, mas coloca um plano no lugar do cilindro ou do cone.

·   Qual a melhor projeção?
- Todas, de uma forma ou de outra, apresentam distorções, pois é impossível representar com exatidão uma realidade esférica numa superfície plana. Portanto, a escolha de uma delas vai depender da finalidade do mapa: viajar, comparar países, navegar, conhecer alguns fenômenos da geografia geral (climas, vulcões, etc.) ou algum aspecto da atividade econômica (agricultura, indústria, etc.)

·   Fontes
- MOREIRA, João Carlos, SENE, Eustáquio de.  Geografia : volume único – São Paulo: Scipione, 2005.
- VASENTINI, José Willian. Geografia: o mundo em transição : Ensino Médio: v.1. – São Paulo: Ática, 2010.

O SUBDESENVOLVIMENTO - 2° ANO

Colégio Estadual Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     2º Ano – Ensino Médio  
Disciplina: Geografia - 2016

O SUBDESENVOLVIMENTO
  • Origens e razões
A origem do processo de formação dos atuais países desenvolvidos e subdesenvolvidos remonta às Grandes Navegações empreendidas pelos Estados-nações europeus, a partir do século XV. Nessa época, esses Estados expandiram o comércio, explorando produtos e recursos da América, da África e da Ásia, e passaram a exercer forte domínio sobre os povos desses continentes, controlando a extração e a produção neles realizadas.
As terras conquistadas e dominadas (as colônias) não possuíam autonomia administrativa, e seus recursos e riquezas eram explorados intensamente em benefício de alguns países, como Portugal, Espanha, Holanda, França e Inglaterra (as metrópoles). Essa exploração (metais preciosos, minérios e produtos agrícolas, por exemplo) proporcionou, de fato, um grande enriquecimento às metrópoles. As poucas exceções a essa forma de colonialismo foram Austrália, Nova Zelândia, Canadá, e Estados Unidos.

  • Características dos países subdesenvolvidos
O subdesenvolvimento caracteriza-se principalmente por graves problemas sociais, grande desigualdade entre os grupos sociais, capacidade limitada de desenvolvimento tecnológico e dependência financeira em relação ao mundo desenvolvido e às organizações financeiras internacionais. Além disso, apresentam baixos índices de desenvolvimento humano e econômico, alguns ainda se inserem na tradicional divisão internacional do trabalho e continuam, portanto, a ser essencialmente exportadores de matérias-primas e de alimentos a preços baixos. A industrialização, em muitos casos agravou a dependência econômica, pois acentuou a necessidade de acesso a novas tecnologias e fez crescer o endividamento externo.

  • O subdesenvolvimento e o desenvolvimento
O subdesenvolvimento não pode ser considerado um estágio para o desenvolvimento. São realidades opostas, porém inseparáveis, resultantes do processo de mundialização do capitalismo: desde as Grandes Navegações e descobrimentos, no século XVI, houve grande transferência de riqueza das colônias para as metrópoles, fruto da exploração colonialista e imperialista, ou seja, a riqueza concentrou-se nos países que mais tarde seriam os desenvolvidos.
Assim como gerou desigualdades em cada país, definindo classes sociais, o capitalismo provocou desigualdades entre as nações, definindo uma divisão do trabalho em escala mundial: no mundo há países pobres e ricos. De forma geral pode-se dizer que os países ricos são os desenvolvidos e os pobres, os subdesenvolvidos. Há ainda no mundo, regiões que estão numa posição intermediária entre os dois grupos: são os chamados países emergentes.

  • Causas internas do subdesenvolvimento
A maioria dos países subdesenvolvidos é governada por ditaduras ou regimes democráticos pouco consolidados, sob o comando de elites em geral indiferentes ao bem-estar social do restante da população. Por isso o Estado deixa de cumprir com muitas de suas atribuições básicas para satisfazer aos interesses da classe social ou do grupo étnico que detém o poder.
O desvio das funções do Estado, a relação entre Estado e capital, a impunidade e o desrespeito à cidadania acabaram gerando outro problema: a corrupção. Embora não seja exclusividade desses países, este problema está fortemente arraigado na maioria deles e consome vultuosos recursos, que poderiam ser canalizados para a solução dos graves problemas sociais que enfrentam.
Outro sério problema que várias nações enfrentam, sobretudo as africanas, são as guerras civis que as arruínam social e economicamente.

  • Renda per capita, distribuição de renda e indicadores sociais
A renda per capita é resultante do Produto Nacional Bruto (PNB) dividido pela população do país. O PNB é a riqueza produzida em um país, mais as entradas e depois menos as saídas de divisas, contabilizada em sua moeda corrente e depois convertida em dólar para permitir a comparação com outros países. Normalmente os países com alta renda per capita apresentam bons indicadores sociais, uma boa distribuição de renda e figuram entre os países desenvolvidos. No entanto, os países do Golfo Pérsico produtores de petróleo, como Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, possuem rendas per capita entre as mais altas do mundo, mas como a riqueza desses países se concentra nas mãos de uma pequena minoria, eles não podem ser considerados desenvolvidos. A maioria dos países com baixa renda per capita apresenta os piores indicadores sociais.

  • IDH
Índice de Desenvolvimento Humano – é um indicador composto que mede o desenvolvimento humano. Ele evidencia os resultados médios das três dimensões básicas do desenvolvimento humano alcançado no país:
-Vida longa e saudável, medida pela esperança de vida ao nascer;
-Conhecimento, medido pela taxa de alfabetização de adultos e pela taxa combinada bruta de matrículas no ensino fundamental, médio e superior;
-Padrão de vida decente, medido pelo PIB per capita (em dólares)
Cria-se um índice para cada uma dessas dimensões. Através do cálculo da média desses três índices descobre-se o IDH. Quanto mais próximo de 1 se situar essa média, melhor é a qualidade de vida da população, quanto mais perto de 0, pior.

  • Guerras civis e o subdesenvolvimento
As guerras civis constituem um sério problema para diversas nações, sobretudo as africanas. Por terem sido constituídas, de forma geral, sobre os limites traçados pelas potências imperialistas europeias no Congresso de Berlim (1884-85), as fronteiras dos Estados africanos não respeitaram os limites étnicos vigentes anteriormente à sua constituição. O resultado é a ocorrência, ao longo da história, de uma série de conflitos: hauçás x ibos, na Guerra de Biafra (1967-70), na Nigéria; o separatismo da etnia tigrínia na Etiópia, resultando no surgimento da Eritréia (1993), o mais novo país africano; hutus x tutsis, na guerra civil de Ruanda (1994); a luta entre hemas e lundeses, na República Democrática do Congo, a partir de 1998.
Entretanto, pesquisas recentes provam que, embora as diferenças étnicas influenciem, o principal motivo das guerras civis é a pobreza. Países ricos quase nunca enfrentam guerras civis, e países de renda média, raramente. Mas 80% das guerras civis do mundo envolvem os cerca de 17% mais pobres da humanidade. Os fatores que sinalizam maior tendência de conflitos são rendas médias baixas, pouco crescimento e muita dependência das exportações de produtos primários como petróleo ou diamantes.

  • A nova divisão internacional do trabalho
A mais nova divisão internacional do trabalho, está disposta em quatro posições diferentes no capitalismo informacional-global:
-Os produtores de alto valor com base no trabalho informacional;
-Os produtores de grande volume baseado no trabalho de baixo custo;
-Os produtores de matérias primas que se baseiam em recursos naturais;
-Os produtores redundantes, limitados ao trabalho desvalorizado.
A grande diferença da atual divisão internacional do trabalho em relação às anteriores é que ela não ocorre entre países, portanto não coincide com seus limites territoriais.
A atual divisão internacional do trabalho reforça as desigualdades internacionais que já existiam em suas formas anteriores, gerando uma categoria nova do ponto de vista sócio-espacial: a das regiões e países excluídos.
Nas formas precedentes da especialização produtiva mundial havia uma clara relação de exploração entre os países incluídos nos fluxos internacionais de mercadorias – produtos industrializados e matérias-primas – e capitais produtivos e especulativos. Na nova divisão internacional do trabalho, com a globalização, milhões de pessoas e vastos territórios estão ficando à margem dos fluxos globais porque não são considerados importantes nem para serem explorados.

Fontes Bibliográficas
LUCCI, Elian Alabi, SENE, BRANCO, Anselmo Lázaro, MENDONÇA, Claudio. Território e Sociedade no mundo globalizado: Geografia, Ensino Médio, volume 3: 1.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

MOREIRA, João Carlos, SENE, Eustáquio de – Geografia : volume único – São Paulo: Scipione, 2005.

BIOMAS E FORMAÇÕES VEGETAIS - 1° ANO

Col. Est. Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:   1º Ano – Ensino Médio  
Disciplina: Geografia   2016
BIOMAS E FORMAÇÕES VEGETAIS
·         Biomas
É uma paisagem natural na qual existem vários ecossistemas integrados. Biomas são sistemas em que solo, clima, relevo, fauna e demais elementos da natureza interagem entre si formando tipos semelhantes de cobertura vegetal, com as florestas tropicais, florestas temperadas, pradarias, desertos e tundras. Em escala planetárias, os biomas são unidades que evidenciam grande homogeneidade  na natureza de seus elementos.

·         Formações vegetais
Formações vegetais são tipos de vegetação facilmente identificáveis na paisagem e que ocupam extensas áreas. É o elemento mais evidente na classificação dos biomas.

·         Ecossistemas
Ecossistema é um sistema biológico no qual há uma cadeia alimentar (com vegetais e animais que dependem uns dos outros) e interação entre os seres vivos com o seu meio ambiente (o solo, o ar, o clima, as águas, etc.).
Os diferentes ecossistemas da Terra mantêm estreitas relações entre si. Dessa maneira, qualquer alteração num ecossistema provocará, necessariamente, alterações nos ecossistemas vizinhos. Por exemplo, a poluição de um rio de uma bacia hidrográfica com o tempo traz consequências nocivas para toda a bacia.


  • Desmatamentos e suas conseqüências
Um dos mais lesivos impactos ambientais é a devastação das floretas, sobretudo as tropicais, as mais ricas em biodiversidade. Essa devastação, ocorre por fatores econômicos (extração de madeira, projetos agropecuários, projetos de mineração, instalação e expansão de garimpos, usinas hidrelétricas e outros).
A principal conseqüência do desmatamento é o comprometimento da biodiversidade, como resultado da diminuição ou, muitas vezes, da extinção de espécies vegetais e animais. Muitas espécies, hoje ainda desconhecidas, podem vir a ser a chave para a cura de doenças e poderão ser usadas na alimentação ou como matérias-primas.

  • Formações vegetais
As formações vegetais são tipos de vegetação facilmente identificáveis, que dominam extensas áreas. É o elemento mais evidente não classificação dos ecossistemas e biomas.
Principais formações vegetais:
Tundra: vegetação rasteira, de ciclo vegetariano curto. Por encontrar-se em regiões subpolares, desenvolve-se apenas durantes os três meses de verão, nos locais onde ocorre o degelo.
Florestas de coníferas: formação florestal típica da zona temperada. Ocorre nas altas latitudes do Hemisfério Norte, em regiões de climas temperados continentais, como Canadá, Suécia, Finlândia e Rússia.
Floresta temperada: diferentemente das coníferas, esta formação florestas caducifólia, típica das zonas climáticas temperadas, é encontrada em latitudes mais baixas e sob maior influência da maritimidade, o que permite a instalação de atividades agropecuárias.
Mediterrânea: desenvolve-se em regiões de clima mediterrâneo, que apresentam verões quentes e secos e invernos amenos e chuvosos. É encontrada em pequenas porções da Califórnia (Estados Unidos), do Chile, da África do Sul e da Austrália.
Formações herbáceas (pradarias): compostas basicamente de gramíneas, são encontradas sobretudo em regiões de clima temperado continental. Desenvolvem-se na Rússia e Ásia Central, nas Grandes Planícies americanas, nos Pampas argentinos, no Uruguai, na região Sul do Brasil e na Grande Bacia Artesiana (Austrália).
Formações de região semi-árida: nessas formações destacam-se as estepes, vegetação herbácea, como as pradarias, porém mas esparsa e ressecadas; no Brasil esta formação equivale à caatinga.
Deserto: bioma cujas espécies vegetais estão adaptadas à escassez de água, situação típica dos climas polares, áridos e semi-áridos. Em regiões de climas áridos e semi-áridos desenvolvem-se os desertos quentes, cujas espécies são xerófilas, destacando-se as cactáceas. Aparecem nos desertos da América, África, Ásia e Oceania, ou seja, em todos os continentes com exceção da Europa.
Floresta estacional e savana: em regiões onde o índice de chuvas é elevado, porém concentrado em poucos meses do ano, podem se formar floresta que perdem totalmente as folhas durante a estação seca, ou podem formar-se as savanas, formação vegetal complexa que apresenta estratos arbóreo, arbustivo e herbáceo. São encontradas em grandes extensões da África, na América do Sul, no México, na Austrália e na Índia. São amplamente utilizadas para a agricultura e pecuária. No Brasil encontramos o Cerrado que originalmente cobria cerca de 2 milhões de km2 do território brasileiro, mas cerca de 40% de sua área foi desmatada. É constituído por vegetação caducifólia (ou estacional), predominantemente arbustiva, de raízes profundas, galhos retorcidos e casca grossa (que dificulta a perda de água). A vegetação próxima ao solo é composta por gramíneas que secam no período de estiagem. É uma formação adaptada ao clima tropical típico, com chuvas abundantes no verão e inverno seco, desenvolvendo-se, sobretudo, no Centro-oeste brasileiro.
Floresta pluvial tropical e subtropical: nas regiões tropicais quentes e úmidas encontramos florestas que se desenvolvem graças aos seus significativos índices pluviométricos. São extremamente heterogêneas, que se localizam em baixas latitudes da América, na África e na Ásia.
Alta montanha: em regiões montanhosas há uma grandes variação altitudinal da vegetação, como nas proximidades do Equador e nas baixas altitudes do sopé da Cordilheira dos Andes.À medida que aumenta a altitude e diminui a temperatura, os solos ficam mais rasos e a vegetação, mais esparsa.
·   Fontes
- Moreira, João Carlos, Eustáquio de Sene – Geografia : volume 1 – São Paulo: Scipione, 2014.

- Vasentini, José Villian – Georafia: O mundo em transição – Ensino Médio – São Paulo: Ática, 2013.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

NOVA ORDEM E GUERRA FRIA - 3° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    3° Ano 
Disciplina:   História - 2016

NOVA ORDEM E GUERRA FRIA
NOVA ORDEM
  • Divisão da Alemanha e construção do Muro de Berlim
Depois da derrota na Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi dividida em dois países: República Federal Alemã (Alemanha Ocidental), com capital em Bonn, sob influência dos Estados Unidos; e República Democrática Alemã (Alemanha Oriental), com capital em Berlim, sob influência soviética. Berlim também acabou sendo dividida em duas. A parte ocidental da cidade de Berlim, contando com apoio financeiro dos Estados Unidos, foi rapidamente reconstruída e prosperou economicamente; de 1952 a 1961, cerca de 2,5 milhões de alemães orientais para lá migraram em busca de melhores condições de vida. Para bloquear esse movimento, o governo da Alemanha Oriental construiu, na noite de 13 de agosto de 1961, uma imensa cerca, posteriormente transformada em muro de concreto, reforçado por torres de vigilância, alambrados e zonas minadas.
  • A reunificação da Alemanha
A divisão da Alemanha havia sido, desde o início, uma imposição externa, contrariando a vontade da maioria dos alemães. Quando começaram as mudanças no governo soviético, a partir de 1985, o regime político da Alemanha Oriental também entrou num rápido processo de reformas liberalizantes, culminando com a abertura das fronteiras com a Alemanha Ocidental e a derrubada do Muro de Berlim, em 1989. Processou-se, então, a reunificação das duas Alemanhas, concluída em 3 de outubro de 1990, e a constituição de um só país, a República Federal Alemã (RFA).
  • A criação da ONU
A ONU (Organização das Nações Unidas) foi criada com os objetivos de garantir a manutenção da paz e da segurança internacionais, o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações e o estímulo à cooperação entre os países na busca de soluções para problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural e humanitário, promovendo o respeito aos direitos humanos. É estruturada em diversos órgãos, entre eles:  Assembleia Geral, composta de todas as nações-membros; Conselho de Segurança, composto de 15 países-membros, dos quais cinco são permanentes e têm poder de vetar resoluções (Estados Unidos, França, Reino Unido, República Popular de China e Rússia); Corte Internacional de Justiça, órgão encarregado de decidir questões jurídicas internacionais; e Secretariado, encarregado da administração da própria ONU, chefiado por um secretário-geral.

GUERRA FRIA
  • A expressão “Guerra Fria”
Foi um período de graves tensões políticas entre Estados Unidos e União Soviética, que disputavam áreas de influência em várias regiões do mundo, principalmente nos países do Terceiro Mundo. A Guerra Fria caracterizou-se pela extrema rivalidade política, ideológica, militar e econômica entre as duas grandes potências mundiais, cujos governantes se acusavam mutuamente de pretender dominar o mundo.
A Guerra Fria estendeu-se de 1947, com a elaboração do Plano Marshal e da Doutrina Truman, até 1989, com a queda do Muro de Berlim.
·         Plano Marshall e Doutrina Truman
O Plano Marshall, idealizado em 1947 pelo então secretário de Estado norte-americano George C. Marshall, consistiu na canalização de bilhões de dólares (em torno de U$ 12 bilhões entre 1948 e 1952) aos aliados da Europa ocidental. Visava recuperar a economia desses países, que fora devastada pela Segunda Guerra, consolidando a hegemonia norte-americana no bloco ocidental e garantindo fluxo de produtos e capitais de suas empresas nesses mercados. Além desse interesse econômico, propriamente dito, o plano converteu-se, ao consolidar as economias capitalistas, num sustentáculo da doutrina Truman (presidente norte-americano Henry Truman), que visava conter a expansão da influência soviética na Europa Ocidental, criando alianças militares, como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), para isolá-la.

·         Conflito Leste X Oeste
O conflito Leste X Oeste tinha uma forte conotação geopolítica e ideológica durante a Guerra Fria. Opunha as duas superpotências e seus respectivos sistemas sociais, econômicos e políticos, definindo as zonas de influência da União Soviética, socialista com regime de partido único, e dos Estados Unidos, capitalista com regime democrático.
  • Símbolos da ordem mundial do período da Guerra Fria
A Alemanha dividida, O Muro de Berlim, a bipolarização militar, muito nítida na Europa separada pela Cortina de Ferro, com a Otan de um lado e o Pacto de Varsóvia do outro.

  • A Otan e o Pacto de Varsóvia
A Otan foi uma aliança militar formada pelas forças da Europa Ocidental, sob liderança estadunidense, em 1949. O governo dos Estados Unidos, financiando economicamente a Europa Ocidental, estimulou os dirigentes dos países europeus ocidentais a preservar o capitalismo e a assumir uma política anticomunista; prevendo possível confronto militar com os soviéticos, instalaram armas nucleares na Europa Ocidental. Em 1955, em resposta à criação da Otan, os governos socialistas da Europa Oriental, sob liderança da URSS, formaram também uma aliança de ajuda militar mútua: o Pacto de Varsóvia.
  • Guerra Fria e desenvolvimento tecnológico
O desenvolvimento tecnológico foi a base de dois instrumentos fundamentais na Guerra Fria: a corrida armamentista e a corrida espacial. Tanto a produção de armas nucleares como a de foguetes e de engenhos espaciais mobilizaram pesquisadores, técnicos e recursos financeiros extraordinários nos Estados Unidos e na União Soviética, ao longo de todo o período da Guerra Fria. Na década de 1970, os conhecimentos adquiridos com a corrida espacial foram utilizados, principalmente, no desenvolvimento dos satélites artificiais, que, nos dias atuais, servem a diversas finalidades: telecomunicação, meteorologia, observação militar etc.
  • A Coréia do Norte e a Coréia do Sul
No final da Segunda Guerra Mundial, a Coreia, que de 1910 a 1945 tinha integrado o império Japonês, foi dividida em duas áreas, controladas por tropas dos Estados Unidos (ao sul) e da União Soviética (ao norte). O fim dessa divisão se daria por meio de eleições gerais, que, no entanto, não chegaram a ocorrer, em função de hostilidades entre o norte e o sul, culminando com a invasão da Coreia do Sul (capitalista) pela Coreia do Norte (socialista). Os Estados Unidos intervieram diretamente no conflito para conter a invasão, obrigando os norte-coreanos a recuar até o território chinês. Tropas chinesas entraram na guerra, apoiando o exército norte-coreano; a União Soviética também apoiou a Coreia do Norte. Em 1953, foi estabelecido um acordo de paz, restabelecendo o paralelo 38 N como fronteira entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, o mesmo de antes do conflito. O conflito da Coreia representou um momento de inflexão da Guerra Fria, a partir do qual o governo dos Estados Unidos resolveu financiar a recuperação econômicas dos países orientais, como o Japão, bem como os países do sudeste asiático, que passaram a ser beneficiados pelo Plano Colombo.
  • O fim da Guerra Fria
O fim da Guerra Fria foi o resultado de uma série de transformações no bloco socialista, iniciadas na década de 1980, entre elas a adoção de uma política de desarmamento pela União Soviética. A partir de 1989, com a perestroika e a glasnost, promoveu-se a abertura política-econômica do Leste Europeu, os governos comunistas foram derrubados e o comando russo foi abolido. Costumam ser apontados como episódios paradigmáticos do fim da Guerra Fria a queda do Muro de Berlim (1989), a reunificação da Alemanha (1990) e o desmembramento da União Soviética (1991).
  • O fim da União Soviética
A derrocada da União Soviética, levando ao fim da Guerra Fria, costuma ser entendida como uma vitória do capitalismo, pois consagrou a expansão plena da economia de mercado sobre o planeta por meio da globalização econômica. Ela significou também que os Estados Unidos a única hiperpotência do planeta. Em razão disso, as relações internacionais vêm tendendo ao unilateralismo da potência estadunidense, que nos fóruns internacionais impõe os interesses de seus grupos dominantes, em detrimento do interesse de outros países ou até mesmo globais. Por esse motivo, diversas nações lutam atualmente pela participação de um número maior e mais diversificado de interlocutores nos processos de decisão sobre questões de interesse internacional (multilateralismo).
Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

REVOLUÇÃO FRANCESA - 2° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     2° Ano
Disciplina:   História

REVOLUÇÃO FRANCESA

  • Movimento em busca de mudanças
A Revolução Francesa foi um movimento ocorrido naquele país, no século XVIII, buscando mudanças no governo para melhorar a situação do 3º estado (povo). Surgiu e foi organizado pela burguesia que fazia parte do 3º estado.

  • Situação da França no final do séc. XVIII
A França no final do século XVIII(1778) era governada pelo rei Luiz XVI, que conduzia o seu governo distante da população, que vivia em plena miséria. Seu palácio ficava em Versalhes (arredores de Paris).
O rei, junto com a nobreza, vivia uma vida de ócio, e dependia dos tributos pagos pela população pobre, gerando profundas desigualdades sociais e políticas.
O clero e a nobreza possuíam privilégios originários do feudalismo (cobrar impostos), já o povo não possuía nenhum direito.
O país enfrentava a dificuldade de mudar a economia agrária (80 % da população vivia na zona rural) para uma economia industrial. Além disso, o governo estava desorganizado provocando o surgimento de leis diferentes em cada província. Para dificultar ainda mais, as contas do rei misturavam-se com as do governo dificultando o controle das despesas oficiais.

  • Causas da Revolução
As principais causas da Revolução foram:
- Falência financeira do governo (gastos com a Guerra de Independência dos Estados Unidos);
- Tratado de comércio com a Inglaterra (1786), favorecia a compra de manufaturas que provocou fechamento de empresas francesas, levando ao desemprego.
- Inverno rigoroso prejudicou as colheitas de 1788 – provocou a escassez de alimentos e alta nos preços.

  • Os três estados
a)    Primeiro estado: constituído pelo clero (120 mil pessoas), dividido em alto clero (bispos, abades e cônegos de famílias da nobreza, com fortuna proveniente do recebimento de dízimos e da renda de imóveis da Igreja) e baixo clero (sacerdotes pobres, geralmente responsáveis pelas paróquias mais carentes, simpatizantes dos ideais revolucionários)

b)    Segundo estado: constituído pela nobreza (350 mil pessoas), dividida em nobreza cortesã (4 mil pessoas que viviam no palácio de Versalhes, recebendo pensões do Estado), nobreza provincial (empobrecida, vivia no interior à custa de direitos feudais cobrados dos camponeses) e nobreza de toga (burgueses ricos que compravam títulos de nobreza, cargos políticos e administrativos).

c)    Terceiro estado: 96 % da população (24 milhões de pessoas), de diversos grupos sociais: camponeses (livres, semi-livres e servos feudais), sans-culottes (camada social urbana composta de aprendizes de ofícios assalariados e desempregados marginalizados), pequena burguesia (pequenos comerciantes, artesãos), média burguesia (profissionais liberais – médicos, advogados, professores, comerciantes) e alta burguesia (banqueiros, grandes empresários e comerciantes)

  • Fases da revolução
O processo revolucionário francês, durou cerca de dez anos e foi dividido nas seguintes etapas:
I - Revolta Aristocrática;
II - Assembléia Nacional Constituinte;
III - Monarquia Constitucional;
IV - República e Convenção Nacional;
V - Governo do Diretório.

I - FASE DA REVOLTA ARISTROCRÁTICA
  • Reunião dos três estados
O agravamento da crise forçou o rei a convocar a reunião dos três estados (clero, nobreza e povo) que não acontecia fazia muito tempo.
Nesta reunião o terceiro estado se rebela e se separa para formar a Assembléia Nacional Constituinte. Os outros estados, sem outras opções, são obrigados a se juntarem ao terceiro estado. Era o começo da revolução.


II - FASE DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE
  • Queda da Bastilha
A Bastilha era uma antiga prisão, símbolo do poder absoluto do rei, onde ficavam enclausurados os inimigos políticos da monarquia francesa. O fato de uma multidão de populares parisisienses tê-la tomado, em 14 de julho de 1789, soltando os presos e apoderando-se das armas ali estocadas, significou a queda do poder por ela simbolizado; por esse motivo, para muitos historiadores, ela representa o grande marco da Revolução Francesa.

  • Declaração Universal dos Direitos do Homem
Em 1789, inspirada nos ideais iluministas, foi proclamada a “Declaração Universal dos Direitos do Homem”. Documento de muita importância que reconhecia os direitos individuais. Neste documento ressaltava os ideais da Revolução Francesa que são: LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE.

III - FASE DA MONARQUIA CONSTITUCIONAL
  • Nova Constituição
Em 1791, passou a vigorar, na França, uma nova constituição com a idéia da divisão dos poderes do Estado (Teoria de Montesquieu):
- Executivo – exercido pelo rei que nomeava os ministros;
- Legislativo – Deputados eleitos pelo voto censitário (de acordo com a renda);
- Judiciário – exercido por juízes eleitos.

  • A traição do rei
O rei Luis XVI, não satisfeito com a Revolução, tramou contra o movimento, utilizando alguns membros da nobreza e com ajuda de alguns países (Áustria e Prússia) que abrigavam nobres refugiados.
Por causa desta traição a Assembléia Legislativa, então, suspendeu os poderes do rei.


IV - FASE DA REPÚBLICA E CONVENÇÃO NACIONAL
  • Jacobinos e Girondinos
Os grupos principais que formavam a Assembléia eram:
- Jacobinos – representantes da pequena e da média burguesia, ocupavam o lado esquerdo da sala de reuniões, eram deputados mais radicais e queriam uma república democrática e igualitária. Seus principais componentes eram: Maximilien Robespierre, Georges Danton e Jean-Paul Marat. Eram chamados jacobinos porque suas reuniões eram realizadas em um convento de monges da ordem dos Jacobinos;
- Girondinos – representantes da alta burguesia. Eram deputados da província de Gironda (sul da França). Ocupavam o lado direito da sala de reuniões. Possuíam idéias moderadas e queriam uma república liberal com defesa da propriedade privada;
- Da planície ou centristas – eram deputados indecisos (ficavam em cima do muro). Suas decisões ora acompanhavam um grupo, ora acompanhavam outro.
Neste período os dois partidos mais poderosos da convenção eram os Jacobinos e Girondinos. Sob o comando destes dois partidos a Convenção iniciou uma perseguição aos suspeitos de traição contra a Revolução que culminou com a morte de Luis XVI, decapitado na guilhotina.

  • Robespierre e o Comitê de Salvação Pública
Robespierre fazia parte do partido dos Jacobinos, que era o partido mais forte na Convenção. Após desentendimentos com os Girondinos e os próprios companheiros de partido, constituiu o Comitê de Salvação Pública, tornando seu líder. A frente deste comitê, Robespierre perseguiu e condenou a morte todos os políticos que eram contra o governo, inclusive antigos companheiros, implantando então a ditadura.


V - FASE DO GOVERNO DO DIRETÓRIO
  • Diretório e os Girondinos
Por causa de sua política radical, Robespierre também caiu e morreu na guilhotina. Os girondinos retornaram ao poder e concluíram, em 1795, uma nova constituição (mais moderada).
O governo passou a seu exercido por um diretório que não conseguiu resolver os problemas do país (desorganização da economia, inflação, corrupção e outros).

  • Napoleão Bonaparte
Por causa da crise, a burguesia e o exército incentivaram Napoleão Bonaparte (General de prestígio) a dar um golpe de estado. Este foi chamado o “Golpe do 18 brumário de 1779” (brumário era o nome de um dos meses do ano)
A partir deste momento, os ideais da Revolução Francesa se expandiram por toda a Europa e o mundo.

Fonte Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

COTRIM, Gilberto. História Global - Brasil e Geral: 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.