terça-feira, 24 de maio de 2016

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 2 - 3° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    3° Ano 
Disciplina:   História - 2016

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - 2
  • A Batalha de Stalingrado
Em setembro de 1942, veículos blindados do exército alemão entraram na cidade de Stalingrado (atual Volvogrado), situada às margens do rio Volga, onde seria travada uma das mais sangrentas batalhas da Segunda Guerra. Os combates ocorrem inclusive no corpo a corpo entre as ruínas das ruas, casas, fábricas e edificações. Foram mais de dois meses enfrentando uma terrível resistência soviética, sem que os nazistas conseguissem dominar a cidade por completo. Receberam, porém, ordens diretas de Hitler para não retroceder.
Os soviéticos, por sua vez, recebiam ordens diretas de Stalin de “nenhum passo para trás”. Lutaram e resistiram até poderem organizar uma reviravolta nos combates. Assim, a partir de 19 de novembro de 1942, o exército soviético iniciou uma grande contraofensiva. O resultado foi a rendição das tropas alemãs, em fevereiro de 1943.
Com a Batalha de Stalingrado, pela primeira vez na guerra, um general alemão (Friedric Paulus) e seu exército foram obrigados a se render. Acabava o mito da invencibilidade alemã.
  • O dia “D”
O Dia D (Dia da Decisão), 6 de junho de 1944, foi o dia em que as tropas aliadas desembarcaram na Normandia (França), iniciando intenso ataque contra as tropas alemãs. Depois de controlar a Normandia, as tropas aliadas foram avançando para o interior do território francês até libertar Paris, em 25 de agosto de 1944. Depois, seguiram na frente ocidental em direção a Berlim.
  • A rendição alemã
Com a chegada dos soviéticos (na frente oriental) e dos ingleses, estadunidenses e demais aliados (na frente ocidental) a Berlim, o comando nazista decidiu lutar até a morte. Com a cidade totalmente cercada, em 30 de abril, Hitler, sua mulher, Eva Braun, e Goebbels (ministro da Propaganda) se suicidaram. No dia 8 de maio de 1945, deu-se a rendição incondicional da Alemanha. Esse é considerado o Dia da Vitória na Europa.
  • O fim da guerra no Extremo Oriente
O fim da guerra no Extremo Oriente terminou com o lançamento, pelas forças armadas dos Estados Unidos, de duas bombas atômicas sobre o Japão, em Hiroshima (6 de agosto de 1945) e em Nagasaki (três dias depois), levando à rendição incondicional do Japão.
  • Consequências das explosões das bombas atômicas
As duas cidades atingidas pelas bombas atômicas foram praticamente destruídas, com a morte instantânea de cerca de 160 mil pessoas; posteriormente, milhares de pessoas morreram em consequência das doenças provocadas pelas radiações nucleares. Também houve consequências políticas: segundo alguns analistas, o uso da bomba atômica foi um crime de guerra do governo dos Estados Unidos, cujo objetivo não era apressar a rendição do Japão, mas intimidar o governo da União Soviética, marcando a força estadunidense na nova ordem internacional do pós-guerra.
  • O país que teve o maior número de combatentes mortos
Foi a União Soviética. Isso atesta o fato de que as mais terríveis batalhas da Segunda Guerra foram travadas na frente oriental europeia, ente alemães e soviéticos. Foi lá que Hitler concentrou a maior parte do exército nazista (cerca de 65%), seus melhores equipamentos militares e suas tropas de elite. Mas, apesar de menos preparados, os soviéticos compensaram a inferioridade bélica com a superioridade numérica de seus contingentes, resistindo duramente aos invasores.
  • O Tribunal de Nuremberg
Foi um tribunal militar internacional, instalado na cidade alemã de Nuremberg, entre 1945 e 1946. Nele, foram julgados mais de 20 dos principais líderes nazistas, em processos conduzidos por juízes britânicos, estadunidenses, soviéticos e franceses. Onze líderes nazistas foram condenados à morte por enforcamento, e somente três receberam absolvição. Foi durante esses julgamentos que o mundo tomou conhecimento do Holocausto.
  • O Holocausto
Foi o extermínio programado de milhões de pessoas pelo governo nazista, mantidas em campos de concentração e extermínio. Eram os “indesejáveis” do regime: judeus, eslavos, ciganos, comunistas, homossexuais e deficientes físicos e mentais, entre outros, além de alemães que colaboravam com eles.
  • As câmaras de gás nazistas
Eram os recintos mais utilizados pelos nazistas para realizar o extermínio dos prisioneiros dos campos de concentração.
As câmaras de gás eram geralmente disfarçadas como locais de banho. Os oficiais da SS diziam para as pessoas respirarem profundamente para fortalecer os pulmões e combater enfermidades e infecções.
Todas as pessoas iam nuas para as câmaras de gás, como se realmente fossem tomar banho. Embora se dissesse que nada aconteceria, num ato de sadismo, um oficial da SS aconselhava as pessoas a respirar profundamente para fortalecer os pulmões, e a maioria das pessoas compreendia o que estava acontecendo e vacilava; no entanto, todos eram obrigados a entrar, geralmente em silêncio, empurrados pelos que vinham atrás ou conduzidos pelas chicotadas dos militares da SS.

Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 1 - 3° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    3° Ano 
Disciplina:   História - 2016

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
  • Relações com a primeira guerra
A segunda Guerra foi, em diversos aspectos, o resultado de disputas mal resolvidas desde a Primeira Guerra Mundial. Os governos dos países vencedores tinham imposto, por meio do Tratado de Versalhes, duras condições às nações derrotadas, especialmente à Alemanha, considerada responsável pelo conflito, e os alemães sentiram-se muito humilhados. Assim que pôde, Hitler fez despertar o sentimento de revolta da população alemã, que o apoiou em suas ambições de desafiar as imposições do Tratado de Versalhes e romper o domínio internacional dos países que pertenciam ao grupo vencedor da Primeira Guerra, especialmente França e Inglaterra.
  • A política de apaziguamento
Os governos da Inglaterra e da França, apesar da política expansionista do Japão, da Itália e da Alemanha, adotaram no início uma política de apaziguamento em relação a essa política. Isto teria sido feito porque, de modo geral, os dirigentes ingleses e franceses poderiam se beneficiar da ordem internacional em vigor e pretendiam evitar um novo conflito bélico.
Além disso suas atenções continuavam dirigidas àquele que consideravam ser o grande inimigo do mundo capitalista ocidental: o socialismo da União Soviética.
  • Os principais acontecimentos
A política expansionista de Japão, Itália e Alemanha foi marcada por invasões e conquistas de territórios, na formação de seus impérios. O Japão invadiu a Manchúria (1931) e lançou-se em guerra contra a China (1937), que a apoiava. A Itália invadiu e ocupou a Etiópia (1936) e anexou a Albânia (1939). A Alemanha, defendendo a ideia do espaço vital, ocupou a Renânia (1936), área de fronteira entre a França e a Alemanha, desmilitarizada pelo Tratado de Versalhes, anexou a Áustria (1938) e em seguida reivindicou a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia.
  • O pacto de não agressão entre a União Soviética e a Alemanha
Em agosto de 1939, representantes dos governos da União Soviética stalinista e da Alemanha nazista – inimigos ideológicos – assinaram um pacto de não agressão mútua. Não se sabia que eles também tinham acertado, secretamente, a divisão da Polônia e de outros países da região entre as duas potências.
Pouco tempo depois, em 1° de setembro de 1939, tropas alemãs invadiram o território polonês pelo oeste, sendo seguidas pelas tropas russas, que, em 17 de setembro de 1939, invadiram o lado leste.
Esse pacto de não agressão foi uma enorme surpresa, já que França e Inglaterra supunham que o grande inimigo não seria a Alemanha nazista mas, sim, a União Soviética socialista. Com o acordo firmado entre as duas regiões, a Alemanha passava a ser, também, uma ameaça.
  • O estopim da guerra
Em 1° de setembro de 1939, tropas alemãs invadiram o território polonês pelo oeste, sendo seguidas pelas tropas russas, que, em 17 de setembro de 1939, invadiram o lado leste.
Dois dias depois desse ataque, os governos da Inglaterra e da França declararam guerra à Alemanha. Esse teria sido o começo da Segunda Guerra Mundial, embora o conflito ainda se restringisse a confrontos entre essas três potências. O governo da Itália mantinha-se neutro, e o Japão lutava isoladamente contra a China.
  • Principais fases da Segunda Guerra Mundial
Primeira fase (1939-1941) – marcada, principalmente, pela rápida e eficiente ofensiva alemã, com a ocupação de vários países pelas forças nazistas.
Nessa fase foram invadidas Dinamarca, Holanda, Bélgica, Noruega e França, entre 9 de abril e 14 de junho de 1940.
Segunda fase (1942-1945) – marcada pela entrada da União Soviética e, depois, dos Estados Unidos na guerra e pela “mundialização” do conflito, com a formação de dois grandes blocos de países (os que apoiavam o Eixo e os que apoiavam os Aliados). Essa fase terminou com a vitória dos Aliados.

  • O papel da Itália e do Japão na primeira fase
A Itália manteve-se neutra no início, entrando na guerra ao lado da Alemanha em junho de 1940. O Japão já lutava isoladamente na Ásia, na guerra da China, iniciada em 1937. Mas, em setembro de 1940, representantes da Alemanha e da Itália e do Japão firmaram o Pacto tripartite, oficializando a aliança entre si no conflito e a formação do eixo.
  • Acontecimentos que alteraram os rumos da Guerra, em 1941
Em 1941, ocorrem dois fatos que mudaram totalmente os rumos e a dimensão do conflito:
Invasão alemã à União Soviética – no dia 22 de junho, rompendo acordos anteriores, tropas alemãs invadiram a União Soviética, o que motivou a reação militar soviética contra os nazistas.
Ataque japonês a Pearl Harbor – no dia 7 de dezembro, pressionados pelos embargos econômico e de fornecimento de petróleo por parte do governo dos Estados Unidos, os japoneses atacaram a base militar estadunidense de Pearl Harbor, no Havaí. No dia seguinte, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a declaração de guerra contra o Japão.
  • Blocos formados durante a Segunda Guerra Mundial
Com a entrada das forças militares da União Soviética e dos Estados Unidos, a guerra ganhou proporções realmente mundiais. Foi só então que se formaram com maior clareza os dois grandes blocos antagônicos: o grupo de países que apoiavam as potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e o grupo de países que apoiavam as chamadas potências Aliadas (Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética, além de França e China. O Brasil também participou da guerra, nessa fase, ao lado dos Aliados.

Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

A MINERAÇÃO - 2° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     2° Ano
Disciplina:   História - 2016

A MINERAÇÃO

  • Um velho sonho português
Ao final do domínio espanhol (1640), Portugal estava mergulhado em grave crise econômica. Os preços do açúcar haviam caído no mercado internacional, devido, sobretudo, ao aumento da oferta do produto no mercado, em decorrência da produção antilhana. O governo português buscava novas fontes de riqueza. Nessa busca, revigorou o antigo sonho de encontrar ouro na América Portuguesa. Mas foi somente no final do século XVII que os bandeirantes descobriram grandes jazidas de ouro na região de Minas Gerais.

  • Consequência imediata da descoberta do ouro em Minas Gerais
A corrida do ouro, ou seja, o grande afluxo à região, por todos os meios, de grande quantidade de pessoas, vindas de todas as partes da colônia e de Portugal, o que levou ao povoamento do sertão, à formação de diversas vilas e cidades e ao aumento global da população residente na província.

  • A Guerra dos Emboabas
As causas da Guerra dos Emboabas foram a tensão e as disputas entre paulistas – que queriam exclusividade na exploração do ouro, porque tinham sido seus descobridores – e portugueses vindos da metrópole ou de outras partes da colônia, que também queriam se apoderar das jazidas. A tensão e as disputas acirraram-se quando os portugueses passaram a controlar o abastecimento de mercadorias para a região das minas. Entre as consequências dessa guerra, em que os paulistas foram derrotados, estão os seguintes: o governo português passou a exercer firme controle econômico das minas; a vila de São Paulo foi elevada à categoria de cidade; foi criada em 1709 a capitania de São Paulo e Minas do Ouro (desmembrada do Rio de Janeiro); os paulistas deslocaram-se para outras áreas e acabaram por descobrir novas jazidas de ouro na região dos atuais estados de Mato Grosso e Goiás.

  • A administração das minas pelo governo
O órgão principal do esquema rígido administrativo do governo de Portugal era a Intendência das Minas, criado em 1702, responsável por todos os procedimentos ligados à produção e circulação do ouro (distribuir terras, fiscalizar a atividade, julgar as questões referentes à mineração e, principalmente, cobrar impostos equivalentes a um quinto de qualquer quantidade de metal extraído). Para facilitar esse controle, foram criadas as Casas de Fundição, onde todo o ouro era fundido e transformado em barras, e onde era retirada a parte correspondente ao imposto devido à Fazenda Real; o restante do ouro era quintado, isto é, recebida um selo que comprovava a cobrança do imposto, e só assim poderia ser negociado legalmente.

  • A revolta de Vila Rica
O anúncio da criação das Casas de Fundição causou insatisfação entre os mineradores. Eles consideravam que a medida dificultava a circulação e o comércio do ouro dentro da capitania, facilitando apenas a cobrança de impostos. Tal descontentamento acabou provocando a eclosão da chamada Revolta de Vila Rica, em 28 de junho de 1720.
Cerca de 2 mil revoltosos, comandados pelo tropeiro português Felipe dos Santos, conquistaram a cidade de Vila Rica. Exigiram do governador da capitania de Minas Gerais, Pedro de Almeida Portugal (conde de Assumar), a extinção das Casas de Fundição.
Apanhado de surprese, o governador fingiu aceitar as exigências e, com isso, ganhou tempo para organizar tropas e reagir severamente. Pouco depois, os líderes do movimento foram presos, e Felipe dos Santos foi condenado, enforcado e esquartejado em praça pública, em 16 de julho de 1720.

  • O controle sobre os diamantes
Além do ouro, foram encontradas em Minas Gerais jazidas de diamantes, a partir de 1729, no Arraial do Tijuco, atual cidade de Diamantina. O governo português também teve dificuldade para controlar a cobrança de impostos sobre essas pedras preciosas. Grande quantidade delas era escondida da fiscalização pelos mineradores, que, assim deixavam de pagar o quinto estabelecido pela Fazenda Real.
Devido a essas dificuldades, inicialmente (1740), o governo português entregou a extração a particulares, mediante um contrato que estabelecia a figura de um contratador, responsável pela extração e entrega de parte da produção. Em 1771, a Coroa portuguesa decidiu assumir diretamente a extração diamantina e criou a Intendência dos Diamantes, com amplos poderes sobre a população do distrito diamantino.

  • Surgimento dos primeiros núcleos urbanos
Pela primeira vez na colônia, surge uma série de núcleos urbanos próximos uns dos outros na região das minas. Isto explica-se pelo fato de que o povoamento dessa região ocorreu principalmente em função do ouro. Assim, em cada lugar onde se encontravam jazidas organizava-se um povoado e suas diversas atividades de sustentação, o que fez surgir uma série de núcleos urbanos próximos uns dos outros, como Vila Rica (atual Ouro Preto), Congonhas do Campo, Mariana, Sabará e São João del Rei.

  • A sociedade colonial nas minas
No nordeste, a produção açucareira deu origem a uma sociedade rural, com o domínio dos senhores de engenho. Já em Minas Gerais a exploração do ouro propiciou a formação de uma sociedade urbana, com pessoas de diferentes situações socioeconômicas, da qual faziam parte, por exemplo, mineradores, comerciantes, negras quituteiras, carpinteiros, ferreiros, pedreiros, padres, militares, funcionários da Coroa e advogados. Havia ainda, como base dessa sociedade, um grande número de escravos.

  • A ascensão social e a pobreza
Na sociedade mineradora, pode-se dizer que, em tese, havia maior mobilidade social se comparada com a sociedade açucareira, uma vez que nela uma pessoa poderia enriquecer se encontrasse grande quantidade de ouro ou diamantes, ou se ganhasse muito dinheiro com o comércio e o artesanato urbanos. Contudo na prática, o que se viu, segundo a historiadora Laura de Mello, foi a igualdade pela pobreza da maioria da população, pois a maior parte das lavras pertencia aos ricos senhores. Assim, os pobres continuaram pobres, pois o pouco que conseguiam era levado pela opressão colonial da metrópole e seus altos impostos.

  • A crise na mineração
Ao longo do século XVIII, com a intensa exploração aurífera, até mesmo as maiores jazidas da colônia foram se esgotando. Nos primeiros 70 anos do século XVIII, o Brasil produziu mais ouro do que toda a América espanhola em 357 anos. Na segunda metade desse século, a produção de ouro caiu brutalmente.

  • A interpretação de Portugal para a queda na produção de ouro
Para o governo português, a queda da produção aurífera era devido ao contrabando e à negligência com o trabalho; assim, decidiu ampliar as formas de controle e as pressões sobre os mineradores. Nesse sentido, em 1750, estabeleceu que, a cada ano, o quinto deveria atingir a quantia de 100 arrobas. Sem conseguir extrair ouro suficiente, os mineradores acumularam dívidas.

  • A derrama
A derrama foi a cobrança, decretada em 1756 pelo governo português, de todos os impostos atrasados, devidos pelos mineradores, o que despertou a revolta de setores da sociedade colonial mineira, desembocando no movimento conhecido como Inconfidência (ou Conjuração) Mineira.

  • As consequências da exploração do ouro
A exploração do ouro no Brasil trouxe as seguintes consequências: a) Desenvolvimento das artes – diversas pessoas empregaram as riquezas conseguidas para incentivar as artes, o que favoreceu o surgimento do arcadismo na literatura brasileira, do barroco nas artes plásticas e dos principais representantes da música colonial; b) expansão territorial e populacional, com o desbravamento e povoamento do sertão, uma maior integração entre regiões da colônia, antes isoladas entre si, além do aumento da população colonial; c) mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, refletindo o deslocamento do centro econômico do nordeste açucareiro para o sudeste minerador; d) explosão de revoltas coloniais contra a opressão portuguesa.

  • Inglaterra beneficiada pelo ouro brasileiro
Um grande número de historiadores considera que a maior parte do ouro brasileiro escoou para a Europa, servindo ao enriquecimento de outras nações. Considera também que a grande beneficiária do ouro brasileiro foi mesmo a Inglaterra, que passou a dominar a economia portuguesa por meio de diversos tratados, como o Tratado de Methuen, de 1703.
Exportando produtos agrícolas para o mercado inglês e importando dos fabricantes britânicos manufaturas por preços elevados, os governantes de Portugal estavam sempre em dívida com seus parceiros. Para pagar essa dívida, recorriam constantemente ao ouro do Brasil. Desse modo, o ouro brasileiro transferiu-se, em grande parte, para os capitalistas ingleses, contribuindo para o desenvolvimento do processo de industrialização da Inglaterra.


Fonte:
COTRIM, Gilberto. História Global - Brasil e Geral: 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.





DOMÍNIO ESPANHOL E BRASIL HOLANDÊS - 2° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    2° Ano 
Disciplina:   História – 2016
 Domínio espanhol e Brasil holandês
·         União Ibérica
União Ibérica (ou União Peninsular) é a expressão usada para designar o domínio espanhol sobre Portugal de 1580 a 1640, resultado da ascensão do rei espanhol Felipe II ao trono português, pela falta de herdeiros da dinastia de Avis.
·         Restauração
Foi o episódio da história da nação portuguesa em que o duque de Bragança recuperou o governo de Portugal das mãos dos espanhóis e pôs fim ao seu domínio, dando início à dinastia de Bragança.
·         Motivos para os conflitos entre Espanha e Holanda e as invasões no Brasil
A região da Holanda era posse dos espanhóis no século XVI. No entanto, em 1581, foi declarada a independência de algumas dessas regiões, que passaram a se chamar República das Províncias Unidas. Como represália, a Espanha proibiu o comércio com os holandeses, pretendendo impor ao território recém-independente um embargo econômico. Isso iniciou o conflito entre espanhóis e holandeses – conflito, esse, que permitiu a invasão do Brasil pelos holandeses.
·         As invasões holandesas
Os holandeses invadiram, no Brasil, as áreas que constituíam os mais importantes centros açucareiros: Bahia e Pernambuco. Em reação, os luso-brasileiros adotaram táticas de guerrilha, contando com reforços de tropas espanholas e guerreiros indígenas. Na Bahia, os invasores foram forçados a se render depois de um ano de lutas; em Pernambuco, houve um longo período de confrontos.
·         Calabar
Calabar foi um pernambucano, grande conhecedor da região, que ajudava os holandeses, atuando como guia e negociador entre estes e os indígenas. Considerado traidor pelos portugueses, foi preso e enforcado sob essa acusação.
Dentro de certa tradição historiográfica, Calabar foi considerado um “traidor” do Brasil, mas esse julgamento tem sido questionado. Afinal, que Brasil Calabar traiu? O Brasil que, antes, era dominado pelos portugueses e, na época, estava dominado pela Espanha? Além disso, muitos outros luso-brasileiros (lavradores, senhores de engenho etc.) auxiliaram os holandeses e não foram considerados traidores, nem condenados à morte.
·         O governo de Nassau e a presença dos holandeses
O governo de Nassau adotou medidas para pacificar a área dominada, buscando a colaboração dos luso-brasileiros. Para tanto, concedeu crédito aos senhores de engenho, a fim de que eles pudessem reativar a produção açucareira; estabeleceu tolerância religiosa, procurando evitar confrontos entre os diferentes grupos religiosos (católicos, judeus e protestantes) que passaram a conviver na região; investiu em obras urbanas, que beneficiaram, principalmente, a cidade de Recife; e estimulou a vida cultural, trazendo para Pernambuco muitos artistas europeus.
·         A restauração portuguesa e a expulsão dos holandeses
Com a Restauração (a reconquista da independência de seu país), em 1640, os portugueses negociaram um acordo de paz de dez anos com os holandeses. Entretanto, esse acordo encerrou-se antes do prazo, pois, em 1645, grupos de luso-brasileiros iniciaram as lutas pela expulsão dos holandeses da colônia (Insurreição Pernambucana), que se renderam em 1654.
·         Motivos da Insurreição Pernambucana
Após a saída de Nassau do Brasil, a administração holandesa intensificou a busca de lucros na colônia. Os dirigentes da Companhia das Índias Ocidentais passaram a pressionar os senhores de engenho: exigiam o aumento da produção de açúcar e a liquidação das dívidas atrasadas, passando a cobrar mais impostos e a confiscar bens dos que não cumpriam as exigências. Reagindo a essa pressão, os luso-brasileiros iniciaram, em 1645, a luta contra os holandeses.
·         Crise econômica portuguesa ao final da União Ibérica
As principais causas da crise econômica foram: A perda de parte das colônias para holandeses, franceses e ingleses, durante o período à dominação espanhola, o que prejudicou o comércio colonial, do qual Portugal dependia em grande media. Também contribuíram para essa crise as sucessivas guerras empreendidas contras espanhóis e holandeses e a crise do açúcar, devido à concorrência antilhana.
·         Consequências da crise econômica portuguesa para o Brasil
Portugal recorreu ao apoio da Inglaterra, país com o qual assinou diversos tratados e contraiu empréstimos, a fim de dinamizar a economia do país. Também adotou uma política rigorosa de explorações das riquezas do Brasil, uma das poucas colônias que lhe restaram.
·         Os prejuízos do Tratado de Methuen para a economia portuguesa
Houve aumento da exploração das riquezas do Brasil, principalmente do açúcar, e a canalização de parte do ouro brasileiro para a Inglaterra, em consequência do Tratado de Methuen. Por esse tratado, Portugal se comprometia a comprar os tecidos de lã fabricados na Inglaterra, que, em troca, compraria os vinhos portugueses. Isso contribuiu para a estagnação industrial portuguesa e provocou a canalização de parte do ouro do Brasil para a Inglaterra.
·         O açúcar antilhano e a Guerra dos Mascates
A Guerra dos Mascates foi um conflito ocorrido entre os comerciantes (mascates) de Recife e os senhores de engenho de Olinda. Estes haviam contraído empréstimos com aqueles devido à crise econômica por que passaram, em decorrência da concorrência do açúcar antilhano e da queda dos preços do produto no mercado internacional. Quando o rei D. João V, atendendo ao pedido dos comerciantes, elevou o povoado de Recife à condição de vila, tornando-o independente de Olinda, os senhores de engenho se rebelaram, e instalou-se o conflito. Pode-se dizer, portanto, que a concorrência antilhana foi a causa indireta da Guerra dos Mascates.


COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 2, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

DEMOCRACIA ATENIENSE E OS SOFISTAS - 1° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 
Disciplina:   Filosofia - 2016
Democracia ateniense e os Sofistas
·         O surgimento da democracia ateniense
Até meados do século VIII a.C., Atenas havia vivido sob o regime monárquico, mas o poder do rei foi passando aos poucos para as mãos dos arcontes, representantes da aristocracia ateniense (ou eupátridas), que comandavam o governo da cidade.
Entre os séculos VII e VI a.C., diversas reformas – promovidas sucessivamente por Drácon, Sólon e Clístenes – foram criando uma nova forma de governar, que se guiava basicamente pelo princípio da isonomia, isto é, de que todos os cidadãos têm o mesmo direito perante as leis. Nascia, assim, a democracia ateniense.
·         Diferenças entre as democracias atuais e a antiga democracia ateniense
Apenas uma pequena parte da população masculina adulta era reconhecida como cidadão em Atenas. Além disso, tratava-se de uma sociedade escravista – escravos, mulheres e jovens menores de 21 anos não tinham direitos políticos. Nem mesmo os estrangeiros (os metecos, pessoas não nascidas em Atenas), que residiam em grande número na cidade, podiam participar da vida democrática.
A democracia Ateniense era uma democracia direta, isto é, cada cidadão tinha não apenas direito ao voto, mas também à palavra.
Já a maioria dos sistemas democráticos atuais é representativa, ou seja, o cidadão elege os políticos (prefeitos, governadores, presidente, vereadores, deputados e senadores) para representa-lo nos diferentes órgãos da administração.
·         A cultura da palavra e da razão
Com as discussões em praça pública (ágora), propiciando a participação de um número maior de habitantes na discussão sobre temas práticos e públicos, a instituição democrática ateniense favoreceu também o desenvolvimento de uma cultura que valorizava o uso da palavra e da razão. As habilidades argumentativas e dialéticas dos cidadãos tornaram-se um bem cada vez mais apreciado. Foi nesse contexto que apareceram os sofistas e Sócrates.
·         A preocupação dos sofistas
A grande preocupação do período que se inicia com os sofistas, diferente do período pré-socrático, foi a busca de explicações racionais para o próprio ser humano, suas capacidades, sua natureza, sua essência, bem como para as relações do indivíduo com a sociedade.
·         Os sofistas
Os sofistas eram professores viajantes que vendiam ensinamentos práticos de filosofia. Suas lições visavam principalmente o desenvolvimento, nos alunos, do poder de argumentação, da habilidade retórica, da arte de convencer, tanto no âmbito público como no privado. Seu surgimento foi favorecido pelo momento histórico vivido pela civilização grega, uma época de muitas lutas políticas e intenso conflito de opiniões nas assembleias democráticas.
·         Heróis ou vilões?
O termo sofista teve originalmente um significado positivo. Entretanto, com o decorrer do tempo, ganhou o sentido de “enganador” ou “impostor”, devido sobretudo às críticas de Platão.
Desde então, considerou-se a sofística (ou arte dos sofistas) apenas uma atitude viciosa do espírito, uma arte de manipular raciocínios, produzir o falso, iludir os ouvintes, sem nenhum amor pela verdade. Os sofistas pareciam não buscar a aletheia (verdade); contentavam-se com pseudos (o falso).
            Entretanto, abordagens mais recentes sobre a atuação dos sofistas procuram mostrar que o relativismo de suas teses fundamenta-se em uma concepção flexível sobre os seres humanos, a sociedade e a compreensão do real, e esta não pode, portanto, ser reduzida a um único sistema. Assim, não existiriam valores absolutos ou verdades absolutas.

·         Protágoras de Abdera
Nascido em Abdera (a mesma cidade natal de Demócrito), Protágoras (480-410 a.C.) é considerado o primeiro e um dos mais importantes sofistas. Ensinou por muito tempo em Atenas, tendo como princípio básico de sua doutrina a ideia de que o homem é a medida de todas as coisas.
Protágoras afirmava que o mundo é aquilo que cada indivíduo ou grupo social consegue perceber que é. A realidade é relativa a cada um (indivíduo, grupo social, cultural), ou seja, depende de suas disposições, concepções, modos de viver. Desse modo, o mundo é como os seres humanos o interpretam, constroem ou destroem.
A filosofia de Protágoras sofreu críticas em seu tempo por dar margem a um grande subjetivismo: tal coisa será verdadeira se para mim parecer verdadeira, mas falsa para outro que a veja como falsa. Assim, qualquer tese poderia ser encarada como falsa e verdadeira ao mesmo tempo, dependendo da ótica de cada um.
·         Górgias de Leontini
Górgias de Leontini (487-380 a.C). foi um dos grandes oradores da Grécia. Ele afirmava que um bom orador é capaz de convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa.
Ele afirmava que:
a)    O ser não existe;
b)    Se existisse, não poderia ser conhecido;

c)    Mesmo que fosse conhecido, não poderia ser comunicado a ninguém.

OS GREGOS 2 - 1° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 
Disciplina:   História - 2016

Os Gregos 2

  • A cultura helenística (Grega)
As principais características da cultura helenística são:
- O clima de incerteza, descrença e materialismo que dominava o campo filosófico, expresso no estoicismo (afirmava ser inútil lutar contra o inevitável, o homem devia aceitar seu destino) e no hedonismo (que ensinava que o homem devia buscar o prazer, pois este representa o bem, enquanto a dor representa o mal);
- O desenvolvimento do conhecimento científico;
- O caráter mais dramático, plástico e emotivo do equilíbrio e do racionalismo clássico grego.
A dramaticidade, plasticidade e emotividade características da arte helenística podem ser observadas na imagem, nas expressões faciais dos personagens, na postura de cada um e no próprio tema da escultura

  • Religião e Mitologia
A religião grega não tinha um conjunto fixo de normas (dogmas) escritas em um único livro sagrado. Seus princípios foram transmitidos pela tradição oral.
Entre as características da religião grega, cita-se o politeísmo (culto a vários deuses) e o antropomorfismo (do grego antropo=homem e morfismo=referente à forma – os deuses gregos eram representados com forma e comportamento semelhantes aos dos seres humanos. Os gregos reverenciavam também, os heróis, os semideuses, filhos de um deus imortal com uma pessoa morta. Entre os heróis gregos destaca-se Hércules, o mais forte de todos.
Filhos de Cronos e Reia: Héstia (deusa do lar); Hades (deus do mundo subterrâneo); Deméter (deusa da agricultura); Zeus (deus do céu e senhor do Olimpo); Hera (esposa e irmão de Zeus); Posêidon (deus dos mares).
Filhos de Zeus: Ares (deus da guerra); Atena (deusa da inteligência; nasceu da cabeça de Zeus e prestava serviços à guerra ou à paz; Afrodite (deusa do amor e da beleza); Dionísio (deus do vinho, do prazer e da aventura); Apolo (deus do Sol, das artes e da razão; era considerado o mais belo dos deuses; Ártemis (deusa da Lua, da caça e da fecundidade animal, era irmã gêmea de Apolo; Hefesto (deus do fogo, patrono dos metalúrgicos); Hermes (deus do comércio e da comunicação (eloquência); era o mensageiro de Zeus).
Narrando a vida dos deuses e heróis e seus envolvimentos com os humanos, os gregos criaram um rico conjunto de mitos (mitologia), que exerceu grande influência sobre a arte e o pensamento dos povos ocidentais.
O termo mito tem diversos sentidos. Pode significar uma idéia falsa, como o “mito da superioridade racial dos germânicos”; uma crença exagerada no talento de alguém, algo como “Elvis Presley foi o maior mito do rock mundial”; ou ainda algo não comprovado, irreal supersticioso, como o mito da existência de marcianos. Na história dos gregos antigos, mito se refere aos relatos da tradição cultural daquele povo, que utilizava elementos simbólicos para explicar a realidade e dar sentido à vida. As lendas narradas pelos mitos são ricas em símbolos e imagens e propõem reflexões sobre os homens e sua condição no mundo.

  • Elementos culturais
Arquitetura: destacam-se os templos, cuja principal função era abrigar as esculturas dos deuses e deusas. Não eram locais para reunião ou adoração e sim para serem vistos do exterior. Os principais estilos arquitetônicos foram: dórico (as colunas eram simples e sóbrias), jônico (as colunas eram cheias de ornamentos, sugerindo leveza) e coríntio (as colunas apresentavam uma variação da ordem jônica, era mais rebuscada e exuberante).
Escultura: relacionada com à religião, mesclava o divino e o humano, o espiritual e o físico. Deuses e deusas eram representados em forma humana. Na época clássica idealizava conceitos e sentimentos, como a justiça, o amor, a guerra, a paz, a sabedoria etc.
Teatro: os autores criavam textos cômicos (comédias) ou dramáticos (tragédias). Os atenienses apreciavam os diferentes gêneros teatrais e havia festivais e concursos entre os autores.
Ciências: Os gregos aperfeiçoaram o alfabeto fenício, inserindo as vogais, e o transmitiram a diversos povos. Na escrita da história destacaram-se Heródoto (484-425 a.C.), conhecido como o “pai da história”, e Tucídides (460-396 a.C.). Na filosofia, Sócrates (469-399 a.C.), Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), enfatizaram a importância da razão como instrumento para se adquirir conhecimento e sabedoria. Da filosofia desmembraram as outras ciências destacando nomes como os matemáticos Tales de Mileto e Pitágoras. Na medicina destacou-se Hipócrates (pai da medicina)

  • Guerras Médicas
A expansão econômica e cultural da Grécia, alcançando a costa ocidental da Ásia (Ásia Menor), provocou o confronto com o Império Persa, com a disputa de rotas comerciais, mercados e matérias-primas. Desse confronto resultou o conflito que se estendeu de 499 a 475 a.C. (Guerras Greco-Pérsicas ou Guerras Médicas). A guerra promoveu a solidariedade entre os gregos, que, com a liderança de Atenas e Esparta, conseguiram deter a invasão persa. O papel de destaque coube aos atenienses: Atenas, após a guerra, tornou-se a mais poderosa cidade grega, tanto do ponto de vista militar quanto econômico.

  • Guerra do Peloponeso
O poderio de Atenas, decorrente das Guerras Médicas, provocou a reação de outras cidades gregas, comandadas por Esparta, que organizou e liderou a Liga do Peloponeso. A guerra entre as cidades rivais durou 27 anos (431-404 a.C.) e terminou com a vitória de Esparta; os aristocratas espartanos estenderam sua influência sobre o mundo grego durante cerca de 30 anos. Essa liderança, contudo, foi interrompida por novas revoltas comandadas por habitantes da cidade de Tebas, que contavam com um poderoso exército.

  • Conseqüência das guerras para a vida política
Após vencer as tropas espartanas, as lideranças tebanas instituíram um período de hegemonia entre os gregos, que durou de 371 a 362 a.C. Mas, após anos de guerras internas, as cidades gregas ficaram enfraquecidas nas suas instituições públicas, debilitando o mundo grego. Aproveitando-se desta “crise” da polis, o rei Filipe da Macedônia preparou um forte exército para conquistar a Grécia.

  • O Império Macedônico
Liderando o exército macedônico, Alexandre Magno (o Grande, como ficou conhecido), filho do rei Filipe da Macedônia, sufocou definitivamente as revoltas das cidades gregas (Tebas e Atenas) e, depois partiu com mais de 40 mil homens em direção ao Oriente.
Alexandre obteve vitórias militares na Ásia Menor, Egito, Mesopotâmia, Pérsia e em regiões da Índia, até o vale do rio Indo. Em dez anos, o Império Macedônico transformou-se em um dos maiores de toda a Antiguidade.
Alexandre não consegui, no entanto, montar um governo estável para administrar seu vasto império. Quando morreu, em 323 a.C. (pouco antes de completar 33 anos), seus generais disputaram o poder entre si, cada qual defendendo os interesses da região que comandava.
O Império Macedônico foi responsável pela difusão da cultura grega desde o Egito até o Extremo Oriente, e promoveu trocas culturais com o mundo oriental.



Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

OS GREGOS 1 - 1° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 
Disciplina:   História - 2016

Os Gregos I
  • Divisão histórica
A Grécia foi palco de uma civilização que se desenvolveu para além de seus limites geográficos. Sua história costuma ser dividida nos períodos: Micênico ( 1650 a 1150 a.C), Homérico (séculos XV a VIII a.C.), Arcaico (séculos VIII a VI a.C.), Clássico (séculos VI a IV a.C.)  e Helenístico (séculos IV a I a.C.).

  • Primeiros povoadores
A partir do ano 2000 a.C., aqueus, jônios, eólios e dórios começaram a se estabelecer nas áreas que ficaram conhecidas como Grécia antiga. Conquistando populações já existentes nessa regiões (cretenses e micênicos, entre outros), esses povos estão entre os principais formadores dos helenos (povo grego) – uma mescla de etnias e culturas que, ao longo do tempo, por intercâmbios socioculturais, foi adquirindo certa unidade.

  • Creta
Há cerca de 5 mil anos, a ilha de Creta, por sua localização, tornou-se ponto de encontro entre a Grécia e as civilizações do Crescente Fértil, o que favoreceu o desenvolvimento de atividades marítimas e comerciais. Entre 1700 e 1450 a.C. instalou-se na cidade de Cnossos uma poderosa monarquia que impôs sua supremacia sobre as demais cidades e expandiu a dominação cretense, formando um império comercial-marítimo que, por se basear na navegação marítima, foi denominada talassocracia.

  • As cidades-Estados
As cidades-Estados originaram-se das transformações ocorridas na organização dos génos (grandes famílias). No início, a vida econômica era baseada na fraternidade e na cooperação social, com a terra, a colheita e o rebanho pertencendo à comunidade. Posteriormente, alguns grupos acumularam riqueza e poder, e passaram a se considerar os melhores (aristoi, em grego). Com isso a vida comunitária dos génos foi-se dissolvendo, formando-se a pólis (ou cidade-Estado), com governo, leis, calendário e moeda próprios.
As cidades-Estado gregas eram independentes entre si, isto é, cada uma tinha governo, leis, calendário e moeda próprios. Ocupavam em média de 1.000 a 3.000 km2 de área, dividida em zona rural e zona urbana.

  • A fragmentação política da Grécia Antiga
A fragmentação política ocorreu devido a duas características físicas marcantes: o território montanhoso (cerca de 80%), fazendo com que os grupos humanos se instalassem em distintas planícies, separadas pelo relevo, e o litoral bastante recortado e fragmentado em ilhas.

  • Elementos de união do mundo grego
Apesar da divisão em cidades-Estado, existiam elementos que uniam o mundo grego. O que integrava as diversas populações das cidades gregas eram elementos culturais comuns: a língua (apesar dos diferentes dialetos), uma base religiosa comum, certos eventos periódicos em que se reuniam (como os Jogos Olímpicos) etc.

  • A colonização grega
A expansão colonizadora dos gregos deveu-se a questões sociais originadas por problemas de posse da terra, dificuldades na agricultura e aumento da população, o que levou grande parte dos gregos a procurar novas terras para se fixar.
Após os primeiros momentos de expansão, as regiões colonizadas tornaram-se centros comerciais, impulsionando as trocas entre as cidades da Hélade e as colônias. A expansão colonizadora também impulsionou a navegação marítima, as trocas culturais e a produção artesanal

  • Esparta
A sociedade espartana, marcada pelo caráter militarista da cidade (que se justificava devido as constantes revoltas dos hilotas) era constituída por três grupos sociais: os esparciatas (cidadãos espartanos), homens livres, proprietários de terras, que não podiam exercer o comércio e ficavam à disposição do exército ou dos negócios públicos: os periecos, também homens livres, que não tinham direitos políticos e se dedicavam principalmente ao comércio e ao artesanato; e os hilotas, que tinham obrigação de cultivar as terras dos esparciatas, das quais não podiam ser expulsos. Desprezados socialmente, promoviam frequentes revoltas contra os grupos dominantes.
Essa organização se traduzia na estrutura de poder, com o domínio político exclusivo dos esparciatas, que exerciam todos os cargos e funções de governo.

  • Atenas
A sociedade ateniense era agrupada em três grandes categorias: cidadãos, metecos e escravos.
Cidadãos: homens adultos (maiores de 21 anos), filhos de pai e mãe atenienses. Eram pessoas de diferentes condições econômicas: grandes e pequenos proprietários de terra, grandes e pequenos comerciantes etc. tinham direitos políticos e participavam do governo da cidade. Raramente os atenienses concediam o direito de cidadania a pessoas de outras cidades.
Metecos: pessoas que viviam em Atenas, mas não haviam nascidos na cidade. Não tinham direitos políticos e eram proibidos de comprar terras, mas podiam trabalhas no comércio e o artesanato. Em geral, pagavam impostos para viver na cidade e, em certas épocas, podiam ser convocados para o serviço militar.
Escravos: geralmente prisioneiros de guerra, comprados de estrangeiros nos mercados de escravos, ou filhos de escravos que já viviam na cidade.

  • A democracia ateniense
A democracia grega surgiu a partir da reação de grande parte dos atenienses frente aos abusos e à concentração de poder da aristocracia (classe formada por um grupo reduzido de pessoas que detêm o poder econômico ou político).
Com a ação de alguns reformadores, nos séculos VII e VI a.C., a situação política foi sendo, aos poucos, modificada. Drácon impôs leis escritas acabando com as vendetas (guerras entre famílias por vingança); Sólon libertou os cidadãos transformados em escravos. Esse processo culminou com a criação de um novo modo de governar Atenas – a democracia, que se consolidou com Clístenes (510 a 507 a.C). O princípio básico do regime democrático dizia que “todos os cidadãos têm o mesmo direito perante as leis” – princípio da isonomia.

  • Democracias
Há várias diferenças entre as democracias atuais e a antiga democracia ateniense.
A democracia ateniense não atingia igualmente a todos os que lá viviam.  Restringia-se aos cidadãos (pequena parte da população masculina). Os estrangeiros (metecos), os escravos, as mulheres e os jovens menores de 21 anos não tinham direitos políticos e estavam excluídos da vida democrática. Hoje, em uma sociedade democrática, a cidadania é uma condição a que todos os seus membros têm direito.
Outra diferença é que, em Atenas, a democracia era direta, ou seja, todo cidadão apresentava-se pessoalmente na Assembleia para votar sobre diferentes assuntos da vida pública.
Já a maioria dos sistemas democráticos atuais é representativa, ou seja, o cidadão ele os políticos (prefeitos, governadores, presidente, vereadores, deputados e senadores) para representa-lo nos diferentes órgãos da administração pública.

  • Aristóteles e a escravidão
Aristóteles justifica a escravidão pela própria natureza, que, segundo ele, faz o corpo dos escravos e o do homem livre diferentes. O corpo do escravo seria forte, adaptado para a atividade servil; o do homem livre, ereto, seria inadequado para o trabalho, porém apto para a vida do cidadão.

Fonte Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.


COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.